A tecnologia desempenha um papel fundamental de apoio no funcionamento eficaz dos gabinetes parlamentares. Em diferentes níveis, a tecnologia vem sendo utilizada, cada vez mais, nas operações legislativas e na garantia de segurança das atividades. Ao mesmo tempo, as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) estabeleceram novas formas de comunicação e conexão entre parlamentares e cidadãos, através de e-mail, sites, redes sociais e outros mecanismos. Internamente, a tecnologia também cumpre um papel essencial para a gestão das atividades do gabinete.
O primeiro passo na gestão tecnológica é o mapeamento da estrutura existente no gabinete. Quais computadores estão à disposição, quais softwares, as possibilidades e limitações de cada equipamento, etc.? Tudo isso deve ser questionado. O segundo passo é a identificação das necessidades para as atividades essenciais do gabinete e a checagem dos equipamentos que estão aptos a exercer todas essas demandas para, então, realizarem as alterações e compras necessárias.
Garantidas as necessidades básicas, que tal pensar na tecnologia como ferramenta para potencializar o trabalho do mandato? Quais são as atividades que poderiam ser aprimoradas com o uso da tecnologia, e quais tecnologias existentes poderiam alavancar ou expandir os trabalhos do mandato? Algumas ideias para que você se inspire:
- Plataformas de gerenciamento de tarefas (Trello, Asana, Notion, etc);
- Automatização de tarefas;
- Sistemas internos para garantir transparência a todos os membros do gabinete;
- Ferramentas de comunicação com a população;
- Ferramentas de visualização e análise de dados para orientar decisões do gabinete (Power BI, etc.).
Lembre-se: para um bom uso da tecnologia, são necessárias pessoas que compreendam o seu funcionamento. Por isso, é fundamental treinar a equipe para utilizar as tecnologias, ou, então, contratar pessoas que tenham habilidades técnicas para operar essas ferramentas.
Algumas iniciativas para ficar de olho:
• LabHacker: laboratório de inovação cidadã da Câmara dos Deputados, que atua em três temas: transparência, participação e cidadania;
• Interlegis: programa do Senado Federal, que desenvolve e disponibiliza, gratuitamente, produtos tecnológicos para Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas que ajudam na modernização, segurança dos dados e transparência dos trabalhos legislativos e administrativos.
Por fim, cabem algumas ponderações sobre os riscos oferecidos pelas tecnologias, que devem ser considerados pelos parlamentares.
- Segurança dos dados. Sempre que trabalhamos com ferramentas da web, mesmo as mais seguras como Google e Microsoft, corremos o risco de sermos hackeados e ter as nossas informações particulares expostas na internet. Por isso, é muito importante que tenhamos senhas fortes nos e-mails e nas redes sociais, por exemplo. Duas dicas de segurança: mudar a senha dessas ferramentas com frequência e não salvar senhas de outras plataformas na sua ferramenta de gestão de tarefas.
- Exclusão digital. Ao utilizar mecanismos tecnológicos para comunicação com os cidadãos e engajamento, é fundamental compreender que ainda há, no Brasil, fatores que não permitem que todas as pessoas tenham acesso a estes canais, seja pela ausência de dispositivo, pela não-familiaridade com as ferramentas ou por outras razões. Portanto, é importante pensar em formas que garantam que nenhum cidadão seja excluído do processo, como sempre legendar os seus vídeos que vão para as redes sociais ou usar uma linguagem simples que consiga transmitir a mensagem principal do seu mandato.
Ao utilizar mecanismos tecnológicos para comunicação com os cidadãos e engajamento, é fundamental compreender que ainda há, no Brasil, impedimentos para que todas as pessoas tenham acesso a esses canais, seja pela ausência de dispositivos digitais, pela não familiaridade com essas ferramentas ou por outras razões. Portanto, é importante pensar em formas de garantir que nenhum cidadão seja excluído do processo.