Defina as pautas prioritárias que o mandato irá defender
Da mesma maneira que, durante a campanha, foi necessário definir a narrativa e as pautas mais caras ao(à) candidato(a), uma vez eleito(a) é igualmente necessário definir onde se quer chegar. E isso, certamente, passa por aspectos pessoais de desenvolvimento e por aspectos coletivos do mandato. O sucesso será comprometido se não houver uma bússola, um direcionamento, pois, assim como em qualquer projeto, é preciso estabelecer um norte e rumar em sua direção. Ter clareza acerca do legado que o mandato almeja deixar na política e qual papel que o(a) parlamentar deseja desempenhar no órgão legislativo contribui para a tomada de escolhas importantes de atuação para a equipe do gabinete. Nesta seção, vamos te ajudar a descobrir onde você quer chegar! Passo 1: Descubra qual tipo de mandato o(a) parlamentar pode ter como base em seu perfil Encontrar papéis em que se possa valer das forças da pessoa eleita e que estejam alinhados às necessidades dos representados são excelentes caminhos a serem seguidos. E vale ressaltar que sempre há a possibilidade de mudar de papel, sobretudo quando se percebe que há maior conexão com alguma outra função. No entanto, há um custo político em fazer essas mudanças, e elas precisam ser bem ensaiadas e comunicadas aos cidadãos. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) publica, anualmente, ‘Os Cabeças do Congresso Nacional’, no qual são divididos em 5 categorias os parlamentares do Congresso. Veja a seguir. Perfil Debatedor São parlamentares ativos, atentos aos acontecimentos e, principalmente, com grande senso de oportunidade e capacidade de repercutir, seja no plenário, na imprensa ou nas redes sociais, os fatos políticos gerados dentro ou fora do Congresso Nacional. São, por essência, parlamentares extrovertidos, que procuram ocupar espaços e explorar os assuntos que possam ser notícia. Conhecedores das regras regimentais que ordenam as sessões e o funcionamento das Casas do Congresso Nacional, exercem real influência nos debates e na definição da agenda prioritária. Com suas questões de ordem, de encaminhamento, discussão de matérias em votação e obstrução do processo deliberativo, os de perfil debatedor dominam a cena e contribuem, decisivamente, na dinâmica do Congresso. Esse perfil é o mais procurado pela imprensa. Perfil Articulador São parlamentares com excelente trânsito nas diversas correntes políticas, cuja facilidade de interpretar o pensamento da maioria os credenciam a ordenar e criar as condições para o consenso. Muitos deles exercem uma espécie de poder invisível entre seus colegas de bancada, pois não aparecerem na imprensa ou nos debates de plenários e comissões. Como interlocutores dos líderes de opinião, encarregam-se de difundir e sustentar as decisões ou intenções dos formadores de opinião, formando uma massa de apoio à iniciativa dos dirigentes dos grupos políticos a que pertencem. Normalmente, têm livre acesso aos bastidores, ao poder institucional e mantêm alto grau de fidelidade às diretrizes partidárias ou ideológicas do grupo político que integram. Não são, necessariamente, eruditos ou intelectuais, mas possuem instinto político e o dom da síntese. Perfil Formulador São os parlamentares que se dedicam à elaboração de textos com pro¬postas para deliberação. Normalmente, são juristas, economistas ou profissionais que se es¬pecializaram em determinada área, a ponto de formular sobre os temas que dominam. São, certamente, os parlamentares mais produtivos, embora tenham menos visibilidade que os debatedores. O saber, a qualidade intelectual e a especialização, embora não sejam exclusivos, são atributos indispensáveis aos formuladores. O debate, a dinâmica e a agenda do Congresso são fornecidos basicamente pelos formuladores, que dão forma às ideias e aos interesses que circulam no Congresso Nacional. A produção legislativa, com raras exceções, é fruto do trabalho desses parlamentares. Enfim, são essas as figuras que concebem e escrevem o que o Poder Legislativo debate e delibera. Não ocupam, necessariamente, posto de líder político ou partidário. Perfil Negociador Em geral, líderes ou vice-líderes partidários, os negociadores são aqueles parlamentares que, investidos de autoridade para firmar e honrar compromissos, sentam-se à mesa de negociação respaldados para tomar decisões. Os negociadores, normalmente parlamentares experientes e respeitados por seus pares, conhecem seus limites de concessões e procuram, previamente, conhecer as aspirações e bases de barganha dos interlocutores. Apenas então, estabelecem sua tática de convencimento. São atributos indispensáveis ao bom negociador, além da credibilidade, urbanidade no trato, controle e equilíbrio emocional, calibragem nos conteúdos, habilidade no uso das palavras, discrição e, sobretudo, capacidade de transigir. É bom negociador aquele parlamentar que, sem abrir mão de suas convicções políticas, respeita a vontade da maioria, mantendo, assim, coeso seu grupo político. Perfil Formador de opinião São parlamentares que, por sua respeitabilidade, credibilidade e prudência, são chamados a arbitrar conflitos ou conduzir negociações políticas de grande relevância. Normalmente, são deputados ou senadores experientes, com trânsito fácil entre as diversas correntes e segmentos representados no Congresso Nacional, que possuem visão abrangente dos problemas do país, cuja opinião sobre o assunto influencia fortemente a decisão dos demais parlamentares. Discretos na forma de agir, evitam se expor em questões menores do dia a dia do Legislativo e, normalmente, preferem as decisões de bastidores, nas quais exercem real poder. Constituem a elite do Poder Legislativo, embora não precisem, necessária e institucionalmente, estar em postos-chave, como liderança formal ou presidência de uma das Casas do Congresso. São os que se pode chamar de líderes de alta patente, respeitados e legitimados pelo grupo ou corrente política que lideram. Passo 2: defina as pautas prioritárias que o mandato irá defender Pense sobre as necessidades de seu estado ou as dos grupos que o mandato representa. Veja, na página ao lado, as perguntas-chaves que podem ajudar nesse processo. Passo 3: Tenha clareza sobre do termômetro político do contexto que o mandato está inserido Por mais competente e qualificada que seja a equipe e seu parlamentar, há circunstâncias políticas que podem influenciar fortemente de maneira positiva e negativa o desempenho do mandato. Como exemplo, citamos a aprovação de propostas de leis. Veja como definir qual é o termômetro político. Quais assuntos estão quentes, no momento, na sua Casa Legislativa? Qual é a relação do(a) parlamentar com os demais parlamentares? O mandato é de oposição ou situação?
Usando indicadores que mostram que o seu trabalho está indo no caminho planejado
Como mensurar impacto e resultados do mandato? O que é um bom resultado em um mandato parlamentar? Aprovação de projetos prioritários para o gabinete? Formulação e discussão de projetos de lei? Inclusão de emendas em comissões? Presença em diferentes comissões? Fiscalização adequada do Poder Executivo? E qual é o impacto que se deseja alcançar por meio do mandato? Tudo isso depende do tipo de atuação do mandato e objetivos do(a) parlamentar. Para tanto, é necessário definir quais são os objetivos do mandato e estabelecer pontos de acompanhamento de metas para verificar se o trabalho está sendo efetivo. Isso será abordado na seção sobre planejamento estratégico. Em toda ação planejada, objetiva-se atingir um determinado resultado que acarretará determinado impacto em algo ou alguém. Sendo assim, é possível destrinchar as atividades do gabinete de acordo com o resultado e impacto pretendidos e, assim, acompanhar os indicadores. A forma de avaliação dos resultados deve receber atenção durante o planejamento estratégico; por isso, aqui deixamos uma sugestão de acompanhamento dos resultados, que devem ser monitorados tanto pela equipe quanto pelo(a) parlamentar. O Índice Legisla Brasil prevê 17 indicadores divididos em 4 eixos para avaliar a atuação parlamentar: Produção Legislativa: mede o trabalho efetuado pelo parlamentar na elaboração, análise e votação de instrumentos legislativos; Fiscalização: mede a fiscalização que o deputado concretiza em relação ao Executivo Federal; Mobilização: mede a capacidade do parlamentar de articulação e cooperação com outros agentes políticos; Alinhamento partidário: alinhamento partidário do parlamentar em relação à votação da maioria do seu partido. Baixe aqui o template da Matriz de Atuação Parlamentar da Legisla Brasil e KAS e saiba onde seu mandato deve aprimorar a atuação! Observar quais são estes critérios pode ser um norte para avaliar o mandato. É importante reconhecer que ao se atentar a esses critérios, o mandato está entregando à população mecanismos de avaliação da atuação do mandato. Além destas formas de avaliar o mandato, é importante avaliar a performance da equipe e das atividades do gabinete – como em qualquer outra organização. Estas atividades devem ser vinculadas ao planejamento estratégico do gabinete e à gestão da equipe, que serão tratados na Trilha 3, mas abordamos aqui um possível guia para essa avaliação. Fazer este processo de avaliação é importante tanto para redirecionar as estratégias, como para criar oportunidades para o crescimento organizacional – e um bom mandato está atrelado a sua capacidade de melhoria. Baixe a Matriz de Atuação Parlamentar para saber onde o seu mandato deve aprimorar a atuação! Conte conosco e entre em contato caso tenha alguma dúvida para preencher a matriz.
Construindo políticas públicas baseadas em evidências
Já ouviu falar em “políticas públicas baseadas em evidências”? O termo, que virou frequentemente adotado – apesar deste nome longo – é autoexplicativo. Mas devemos dedicar mais atenção a ele. Políticas públicas baseadas em evidências são aquelas que foram criadas, direcionadas e são adaptadas de acordo com evidências objetivas. Estas evidências podem ser obtidas através de observação, através de diagnósticos realizados pelo gabinete ou a partir de bases de dados públicas. Para criar uma gestão orientada para o uso de dados, é importante ter na equipe analistas de dados. São pessoas que têm tanto o conhecimento técnico para analisar e criar novos dados, como também a mentalidade orientada pelo uso de dados. Para o bom funcionamento deste cargo, é importante que as lideranças do gabinete instiguem os demais membros da equipe a debaterem com os analistas de dados, que costumam fazer questionamentos e trazer insights que podem melhorar o trabalho da equipe. Além de trazer melhores desenhos de projeto e atuação parlamentar, basear as decisões em dados é algo que deve ser comunicado à população, por trazer apoio e demonstrar a seriedade do trabalho. Ao divulgar para a população um projeto de lei que o(a) parlamentar está apresentando, é interessante aproveitar para mostrar os dados que baseiam este projeto de maneira clara e compreensível, para que todos tenham a dimensão do problema e de como o projeto específico visa resolvê-lo. Acesse dados sobre os principais temas do seu mandato em fontes confiáveis! Algumas bases de dados e ferramentas para ficar de olho: IBGE Cidades TIC Domicílios Datapedia Gove Atlas da Violência – Fórum Brasileiro de Segurança Pública Ranking de Competitividade dos Estados e Municípios – Centro de Liderança Pública Sendo a fiscalização um dos principais trabalhos do(a) parlamentar, traduzir os dados analisados sobre o poder executivo para a população é também uma forma de demonstrar seriedade no trabalho e de cumprir com as tarefas designadas ao poder legislativo.
As 3 formas de atuação parlamentar
Como seu mandato pode fiscalizar? O que significa produção legislativa e articular dentro de um mandato? A divisão do Estado em três poderes – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário – vem acompanhada de um sistema de freios e contrapesos, desenhado para que não haja abuso de poder por nenhuma das partes. Logo, o poder legislativo é incumbido de propor, discutir e aprovar leis, assim como fiscalizar a efetividade das mesmas e, também, os gastos de recursos públicos do Poder Executivo. Essa é a essência da função legislativa, porém cada instância legislativa (Câmara de Vereadores, Câmara de Deputados, Senado e Assembléias Legislativas) possuem atribuições específicas para exercer. Conheça as atribuições do Poder Legislativo. Como é o dia-a-dia da atuação parlamentar? Baixe o template para fazer o planejamento estratégico do seu mandato! Conte conosco e entre em contato caso tenha alguma dúvida para preencher a matriz. Como seu mandato pode fiscalizar? 1. Fique de olho no PPA (Plano Plurianual) proposto pelo Executivo 2. Acompanhe de perto a execução dos programas do Executivo por meio da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e LOA (Lei Orçamentária Anual) 3. Participe de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) A CPI é um mecanismo amplamente comentado, sobretudo pela visibilidade que pode trazer a algumas temáticas e por ter ampla cobertura midiática. Assim, possibilitam que a população tenha conhecimento sobre fatos que normalmente não teria, ela tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além dos poderes parlamentares. As conclusões são apresentadas à respectiva casa e poderão ser enviadas ao Ministério Público para encaminhamento dos casos quando necessário – se estes configurarem casos de responsabilidade civil ou criminal. 4. Crie um canal de recebimento de demandas dos cidadãos Outra forma de fiscalização é o recebimento de petições e reclamações dos cidadãos. Isso pode ser feito através das Ouvidorias das casas legislativas, que recebem reclamações ou petições que por vezes são de temáticas relacionadas ao Poder Executivo. Outra forma de recebimento destas demandas é através do contato direto com a população, faça um formulário de demandas no site ou redes sociais do mandato. Os cidadãos podem se dirigir aos parlamentares como seus representantes para tratar de temáticas sobre o Poder Executivo, como a entrega de serviços públicos. Como seu mandato pode articular? A articulação envolve produzir conteúdo e pareceres sobre projetos de leis das pautas do mandato, representar o mandato em eventos e reuniões técnicas dos temas trabalhados, além de promover as prioridades do(a) parlamentar por meio do relacionamento com outros parlamentares, com o Poder Executivo e com outros atores relevantes. Dentro da estrutura de alguns gabinetes, podemos encontrar alguns papéis relacionados a essas atividades: assessores de pautas (especialistas em políticas públicas, educação, economia, meio ambiente, saúde etc); responsáveis por Articulação Política. Articular-se com outros atores é importante para que se possa avançar em processos legislativos. Ou seja, a articulação pode ser fundamental para conseguir apoio e adesão aos projetos, para que estes avancem na proposição para inclusão na agenda e também na aprovação, é necessário articular-se com o maior número possível de parlamentares, inclusive com pessoas que tenham visões diferentes. Parlamentares que ocupam a mesa diretora, o colégio de líderes ou que são líderes partidários têm papéis importantes na casa, e portanto podem ser pessoas chave para que se estabeleça algum tipo de articulação. Há alguns atores-chaves para que os processos avancem: Boas práticas de articulação Inclua a sociedade no seu mandato As decisões pautadas em necessidades da sociedade civil são premissas democráticas. Há quem defenda que a atuação da sociedade civil organizada no poder legislativo, por meio dos grupos de interesse – e de pressão – é uma forma democrática que não exige liberação normativa, está nas regras do jogo. Ainda que não regulamentada, a atividade tem certo grau de institucionalização na política brasileira, e portanto deve ser considerada nos trabalhos de um gabinete parlamentar. No Congresso Nacional, por exemplo, dados de 2015 mostravam mais de 300 entidades e agentes cadastrados para a atuação na defesa de interesses (Ferreira Jr., 2016). Estes grupos costumam atuar em relação direta com assessores parlamentares, ou então em participação em reuniões de comissão e audiências públicas. Portanto, é importante preparar tanto o(a) parlamentar quanto a equipe do gabinete para esta atividade. Pode ser interessante designar uma pessoa ou área específica no gabinete para cuidar deste relacionamento. PASSO 1: Faça a boa Advocacy Ou seja, fazendo pressão junto a tomadores de decisão; participação em mecanismos institucionais, como conselhos, comitês, fóruns, etc; manifestações, protestos e propostas de modificação na legislação. A expressão que ouvimos frequentemente dizendo que “advocacy seria o lobby do bem” deve ser banida do nosso vocabulário, porque gera uma confusão sobre os significados de cada termo, e contribui para o pensamento de que lobby seria uma atividade ilícita ou negativa.#FicaAdica: O Centro de Liderança Pública (CLP) preparou uma série de vídeos sobre o que é o Advocacy e como fazê-lo. Pode ser interessante para membros do gabinete que irão dialogar com estes grupos. PASSO 2: Se relacione com a sua base Um gabinete parlamentar tem uma tarefa tão importante quanto as demais, já mencionadas neste guia, que é o relacionamento do(a) parlamentar e do gabinete com a sua base. Este relacionamento tem como objetivo manter o mandato em contato com o território que representa e responder às demandas da base eleitoral em áreas específicas e sensíveis. Além disso, permite que se observem as demandas da população, para o exercício do mandato, e que o gabinete permaneça conectado com os eleitores, o que significa uma economia de esforços em eventuais novas eleições. O relacionamento também permite que o gabinete atenda a outros parlamentares e lideranças do território, e que consiga dar visibilidade a projetos que passem por processos participativos, com apoio da população. Esta atividade é uma construção a longo prazo, mas que provavelmente já foi iniciada durante a campanha eleitoral. Algumas estratégias para aproveitar relacionamentos de campanha e levá-los ao longo do mandato são: visitas a regiões específicas – pensando também em atividades que fidelizem o relacionamento para além da visita;
Papel da liderança na cultura organizacional do gabinete
A cultura organizacional tem impacto na qualidade das atividades entregues, na satisfação e na rotatividade da equipe. Toda organização possui uma cultura organizacional – e se essa não for uma escolha consciente, pode ser uma cultura desagradável de trabalhar, pautada por características que fazem os membros da equipe não se sentirem motivados a exercer suas atividades. Portanto, é crucial cuidar da cultura organizacional, o que passa pelo papel da liderança e também pela gestão dos times. A cultura organizacional é composta por um conjunto de regras (formais e informais), valores (positivos e negativos), assim como práticas e normas (explícitas e implícitas). É papel da liderança definir as regras formais – mas isso também pode ser feito de maneira colaborativa entre os membros da equipe. Uma metodologia interessante é envolver toda a equipe em uma construção coletiva da cultura organizacional, em que serão debatidas as regras, valores, práticas e normas da organização, tendo como guia os objetivos do gabinete e também a construção de um ambiente saudável de trabalho para todos os integrantes. Quando essa construção é colaborativa, maior é a tendência de adesão por parte dos membros. 05 passos para estabelecer combinados com sua equipe PASSO 1: Reúna toda a equipe do gabinetePode ser no mesmo momento em que forem fazer o planejamento estratégico. A ideia é que os combinados sejam a primeira atividade de planejamento a ser realizada – todavia, caso existam atividades de integração da equipe ou de “quebra-gelo”, essas podem ser feitas antes dos combinados. PASSO 2: Explique o que são os combinados Trata-se de um “contrato coletivo” das boas práticas, cultura organizacional e formas de relacionamento da equipe. A ideia é que só entrem nos combinados ações que todos os membros julguem como necessárias e que todos levem o combinado em consideração em suas atividades profissionais no gabinete. Vale deixar claro que esse contrato não é para sempre – ele pode ser revisto periodicamente, conforme o grupo julgar melhor. PASSO 3: Inicie a construção colaborativa dos combinados Realize uma fala inspiradora sobre o porquê desses combinados serem colaborativos. Aqui, podem entrar os objetivos do gabinete, os valores do(a) parlamentar, etc. Todos os seus membros podem fazer sugestões, e a cada sugestão é deixado um espaço para que os outros manifestarem se concordam ou se gostariam de repensar determinado acordo. Aqueles que forem consenso para a equipe entram na lista. Uma sugestão interessante é escrever em uma cartolina grande, para que todos tenham a imagem visual da construção coletiva. PASSO 4: Pactue os acordos O término da atividade é quando não há mais sugestões – ou quando já estão com muitos combinados, aí é importante propor uma reflexão se não há como condensar alguns e manter apenas os prioritários, para que sejam de fato alcançáveis. Reler conjuntamente todos os combinados e perguntar se a equipe está satisfeita. Este é o momento para que todos contemplem o que produziram conjuntamente e avaliam se gostariam de fazer alguma alteração, ou se podem “pactuar” com o contrato. PASSO 5: Deixe os combinados visíveis Contrato selado, é hora de implementá-lo! Mantenha a cartolina em um lugar visível para todos e registre os combinados também em algum local de fácil acesso. Algumas sugestões são: em um e-mail, manual interno do gabinete, pasta compartilhada, entre outros. A ideia é que os combinados possam ser facilmente acessados por todos os membros da equipe; dessa forma, sempre podem ser revisitados para que a cultura organizacional seja um reflexo do que os membros da equipe acreditam e cultivam. Para além da definição dos aspectos acima mencionados, a cultura organizacional é também formada por atitudes espontâneas e cotidianas dos membros da equipe – sobretudo das lideranças. Membros da equipe costumam estar muito atentos às ações de seus chefes e consideram que ações têm peso até maior do que palavras. Portanto, é crucial desenvolver habilidades comunicativas e interpessoais dentro do gabinete – e cuidar para que ruídos sejam minimizados e solucionados. Um bom relacionamento de transparência e confiança entre os membros, assim como boa periodicidade de reuniões de feedbacks, podem contribuir para essa relação. Baixe o template para fazer o planejamento estratégico do seu mandato! Conte conosco e entre em contato caso tenha alguma dúvida para preencher a matriz.
Fortalecendo o vínculo com a equipe para extrair o melhor deles
Papel da liderança em direcionar a equipe para resultados e impacto É interessante reconhecer que pessoas, durante seu trabalho em gabinetes parlamentares, sobretudo no primeiro mandato, são movidas pelos propósitos e por valores que admiram no(na) parlamentar. É fundamental ter em mente que sua equipe não é composta por funcionários do órgão parlamentar em si, mas, sim, do projeto que lhes foi apresentado durante a campanha ou durante os primeiros anos de mandato. Portanto, a liderança tem papel crucial em manter sua equipe engajada em suas atividades, mantendo coerência em seus valores. A equipe almeja mais do que satisfação pessoal e financeira em suas atividades – querem sentir que fazem parte de um projeto maior. Para isso, a primeira ação crucial é a integração e transparência de todas as atividades – por isso, tanto no aspecto da prestação de contas, como no desempenho da função administrativa específica, é preciso ter clareza de como estão impactando as demais ações da equipe. A sensação de impacto pessoal é fundamental para que os funcionários estejam conectados com os resultados e impactos a serem atingidos pelo mandato. A valorização da equipe também é um aspecto crucial para mantê-la engajada. Atividades importantes para um gabinete que valoriza sua equipe A seguir, algumas atividades importantes para garantir que o gabinete proporcione um ambiente que valoriza a equipe – e sugerimos que a(o) chefe de gabinete seja responsável por monitorar se essas ações estão sendo consideradas: Integração e transparência Já abordamos a sua importância, assim como maneiras de garantir que tais ações envolvam a equipe em discussões sobre decisões desafiadoras do gabinete e da atividade parlamentar, como também ouvir suas opiniões e demonstrar confiança. Escutar a opinião da equipe sempre que possível Isso demonstra que suas opiniões são valorizadas e estão conectadas diretamente com os processos de decisão e com as atividades a serem desempenhadas. Feedbacks constantes Grandes organizações privadas costumam ter uma cultura de feedback bem estabelecida, tanto para melhorar as atividades de seus funcionários quanto para auxiliar em processos de promoção e desenvolvimento de carreira. Já em equipes parlamentares, estas atividades são menos frequentes e pouco priorizadas. No entanto, os feedbacks trazem também a sensação de valorização dos funcionários, o que leva a um aumento de efetividade das atividades parlamentares. Por fim, cabe destacar que uma boa rotina de feedback inclui também os comentários sobre a atuação do(a) próprio(a) parlamentar e de chefes de gabinete, para que a liderança também esteja adequada aos valores apontados pela equipe. Desenvolvimento dos profissionais Apesar do propósito e dos valores, a atividade parlamentar costuma ser desafiadora para as equipes – carga de trabalho intensa, grandes responsabilidades, desafios políticos, etc. No entanto, pessoas que buscam trabalhar neste setor provavelmente têm objetivos de carreira atrelados a essas atividades – e, enquanto bons líderes, parlamentares e chefes de gabinete podem auxiliar seus funcionários em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Veja estes exercícios de reflexão propostos pela Legisla Brasil para quem trabalha na política. Empoderar a equipe Dar autoridade para resolver problemas e tomar decisões; assim, seu time é desafiado a crescer profissionalmente, além de se sentir valorizado. Celebrar e reconhecer conquistas É importante incluir rituais de celebração e reconhecimento nas atividades parlamentares para que a equipe se mantenha engajada, sobretudo ao considerar o desgaste que a atividade parlamentar pode causar. A importância da equipe estar acima do líder A liderança é crucial para o sucesso e implementação da atividade parlamentar, tanto pelo próprio desenho dos órgãos parlamentares, como pelo funcionamento que os gabinetes costumam ter. Todavia, reservamos o fim deste capítulo para propor uma reflexão a partir da reversão dos papéis dentro da estrutura do gabinete. Conforme mencionamos, pessoas que desejam trabalhar em um gabinete são, frequentemente, movidas pelos propósitos e valores comuns identificados entre elas e o(a) parlamentar. Sendo assim, admiram características semelhantes àquelas valorizadas pela população que elegeu o representante. Estamos falando, então, que os princípios seriam um excelente termômetro eleitoral e de popularidade para as atividades parlamentares.
Entendendo seu estilo de liderança
E qual é o estilo de liderança que permitirá a(o) parlamentar e a(o) chefe de gabinete chegarem onde pretendem chegar? Dividimos esta seção em três partes. A primeira é voltada para a compreensão de qual estilo de liderança que você já exerce. A segunda, mais inspiracional, é sobre o estilo de liderança que você gostaria de exercer – mas pensando em um universo alcançável, dentro das suas possibilidades. Por fim, a terceira parte visa conectar esse estilo de liderança aos seus objetivos. Entendendo qual estilo de liderança você já exerce Entender seu estilo de liderança pode ser desafiador – sobretudo por ser a primeira vez que está exercendo esse papel. Comentários e feedbacks de colegas de trabalho de experiências anteriores à atividade parlamentar podem auxiliar na identificação do estilo de liderança, fraquezas e qualidades do(a) líder. E que tal reunir a equipe da campanha para auxiliar nessa identificação? Claro que as atividades e a cultura organizacional de uma campanha são diferentes das de um mandato; todavia, uma das principais peças é comum aos dois espaços: você, a liderança. Para chefes de gabinete, as atividades acima descritas também se aplicam, com o acréscimo de que, caso o(a) líder já tenha desempenhado a função de chefia de gabinete anteriormente, pode-se coletar feedbacks de sua antiga equipe para compreender seu estilo de liderança. Tais feedbacks podem ser obtidos por conversas individuais ou também por surveys anônimos com alguns funcionários. Assim, é possível captar algumas percepções que talvez não fossem verbalizadas em uma conversa presencial. Além disso, é altamente recomendável que, sobretudo durante os primeiros meses do mandato, o(a) parlamentar e o(a) chefe de gabinete mantenham rituais frequentes de feedback sobre seus estilos de liderança. Após os primeiros meses do mandato, essas técnicas de feedback com a equipe podem ser aplicadas em todo o gabinete. Os feedbacks servem como um guia daquilo que está funcionando e daquilo que deve ser revisado e aperfeiçoado. Uma boa técnica é valer-se desses retornos para refazer as metas pessoais e gerais da organização. Entendendo qual estilo de liderança você quer exercer Após ter um maior entendimento sobre qual o papel de liderança você costuma exercer, suas fraquezas e suas qualidades, é preciso pensar acerca de um estilo de liderança que você admire, para, então, destrinchá-lo em partes alcançáveis e, enfim, elencá-las como seus objetivos de desenvolvimento pessoal e profissional. Responda às seguintes perguntas para refletir sobre o tipo de líder você é ou quer se tornar. Quais lideranças eu admiro? (Dica: relembre de antigos chefes, ou parlamentares que acompanhou durante a sua carreira; lideranças em outros ramos também são válidas, tais como professores(as), técnicos(as) de esporte, etc.); O que eu admiro dessas pessoas? O que vejo em comum entre nossos estilos de liderança? Que aspectos eu poderia aperfeiçoar na minha atividade enquanto líder? Conectando o estilo de liderança aos seus objetivos Para além das atividades necessárias para construir seu caminho, você pode definir qual é o estilo de liderança que irá te permitir chegar lá. Com base nas reflexões acerca de seu estilo de liderança atual, e o que você gostaria de aperfeiçoar/ alcançar, é hora de refletir se estes te aproximam ou te afastam de onde você quer chegar. Aqui, é importante reconhecer-se tanto enquanto uma liderança dentro do seu gabinete, mas também em proporção à esfera que você atua ou grupos que representa: uma liderança nacional, uma liderança feminina estadual, uma liderança na causa ambiental, etc.
Qualidades e habilidades de um bom líder
Em qualquer ambiente de trabalho, é importante ter pessoas que exerçam boa liderança; na política, não é diferente! Quando um(a) parlamentar é eleito(a), recebe diversas funções para exercer, como, a título de exemplo, a articulação e negociação com outros membros do órgão parlamentar, discursos em plenária, proposição e debate de projetos de leis, entre outras tantas atividades. Todas essas funções são apoiadas por sua equipe de gabinete; por isso, é importante que o(a) parlamentar desenvolva a habilidade de liderança para conduzir os esforços da equipe. Uma peça importante que auxilia o(a) parlamentar na gestão da equipe é o(a) chefe de gabinete. Um gabinete exemplar em cultura organizacional tem um(a) parlamentar que faz a gestão do(a) chefe de gabinete, sendo essa pessoa responsável pela gestão dos demais membros da equipe. Cada um deles deve desenvolver habilidades e qualidades diferentes para exercer seu papel de liderança no gabinete. Veja a seguir: O(a) parlamentar que é excelente líder deve ter a habilidade de: • Saber onde quer chegar e o legado que deixará com seu mandato; • Entender quais são seus valores e compor sua equipe com profissionais alinhados aos seus princípios; • Contagiar sua equipe com sua história de vida e objetivos, emponderando-a para que executem suas atividades com autoridade, responsabilidade e confiança; • Conhecer seus pontos fortes e compor sua equipe com profissionais que completem seu perfil e pontos fracos; • Participar da elaboração da estratégia anual do mandato, assim como o acompanhamento. Já um(a) chefe de gabinete que é bom líder tem habilidade de: • Criar uma cultura organizacional produtiva e sensível às diferentes necessidades da equipe; • Implementar e acompanhar as atividades para que os objetivos definidos pelo(a) parlamentar sejam alcançados; • Decidir sobre prioridades estratégicas do gabinete e garantir que toda a equipe está caminhando no mesmo sentido; • Realizar rotinas de feedback e adotar estratégias para os pontos a serem desenvolvidos; • Preocupar-se com o desenvolvimento pessoal e profissional da equipe do gabinete. Baixe a Matriz de Atuação Parlamentar para saber onde o seu mandato deve aprimorar a atuação! Conte conosco e entre em contato caso tenha alguma dúvida para preencher a matriz.
As 2 dicas de ouro para selecionar a equipe certa para seu gabinete
Parlamentares de primeira viagem costumam ficar sob enorme pressão para contratar uma equipe o mais rapidamente possível e, frequentemente, tentam completar seu time nos meses entre o resultado das eleições e a posse na Casa Legislativa. O desafio reside na escolha das pessoas certas e distribuição de tarefas e funções entre o time. Nesta seção, vamos te ajudar a pensar em como estruturar sua equipe com segurança. Primeiramente, é importante que você conheça quais são as principais funções exercidas por uma equipe de assessoria parlamentar. Em geral, os gabinetes são compostos por 4 áreas: A Câmara dos Deputados define três atribuições para os cargos de secretário parlamentar. Dentre elas: assessor parlamentar, auxiliar parlamentar e assistente parlamentar. Ainda que cada um desses cargos possua sua própria descrição e especificação, como pode ser consultado aqui, tais atribuições são apenas delimitações gerais, e os gabinetes costumam ter cargos com nomes informais, alocados dentro desses três papéis, que variam de acordo com a metodologia de cada parlamentar, como chefe de gabinete, assessor de imprensa, motorista, etc. Portanto, para além das funções e atividades do gabinete, é importante sempre alinhar os cargos com os demais cargos formais da Casa Legislativa – cujas descrições e características podem ser encontradas no site da Casa. Recomendamos que sejam priorizadas, neste início, contratações que garantam as funções básicas do gabinete e que também permitam a remodelação das atividades no decorrer do mandato. Por exemplo: a contratação da pessoa chefe de gabinete, que poderá auxiliar em todas as demais definições. A seguir, duas dicas que não devem ser ignoradas na seleção de sua equipe de gabinete. #FicaaDica: desenhe uma equipe que completará você Um(a) parlamentar eleito(a) é responsável por diversas tarefas, tal como discursar em plenária, propor e discutir projetos de leis… Assim, dentre as várias habilidades que o(a) parlamentar deve possuir, julgamos que é essencial saber no que é bom e no que precisa de ajuda da sua equipe. Ou seja, saber quais são seus pontos fortes e fracos, pois, dessa forma, irá compor uma equipe que o complete.Por exemplo: #FicaaDica: Selecione profissionais capacitados e alinhados ao mandato.Caso contrate a equipe de trabalho que atuou no período de campanha ou profissionais recrutados em seleções públicas, é importante garantir que: Tenham capacidade técnica para exercer sua função; Estejam alinhados ideologicamente com as propostas do mandato. Uma estratégia para encontrar bons profissionais é acessar o Banco de Aceleradores da Legisla Brasil. Este conta com mais de 900 profissionais de todo o Brasil, prontos para atuarem com você no Legislativo. É uma ferramenta gratuita e com indicações de profissionais em até 7 dias. Outra opção interessante é abrir um processo seletivo público. Por fim, também pode-se pensar como alternativa o uso de recursos de contratação de pessoal para formar um gabinete compartilhado com outros membros de bancada que foram eleitos com você. A ideia, comum na política brasileira desde 2019, foi concebida por três congressistas de primeira viagem, quando criaram um gabinete compartilhado, reconhecendo que parte das competências necessárias eram comum a diferentes gabinetes. Então, conjuntamente, criaram uma estrutura que economiza recursos, soma esforços e também permite a elaboração de estratégias conjuntas para parlamentares. Na prática, cada gabinete possuía uma estrutura particular que exercia algumas atividades; outras, por sua vez, ficavam sob responsabilidade do gabinete compartilhado, fomentando as ações dos três parlamentares. Confira aqui diversos materiais sobre essa inovação legislativa, inclusive um guia sobre como implementar um gabinete compartilhado. #FicaaDica: além de capacidade, seu gabinete deve ser diverso! As Casas Legislativas, enquanto órgãos representativos, têm o papel de representar as demandas e necessidades de diversos setores da sociedade. Sabemos que a quantidade de pessoas brancas nos cargos eletivos é muito superior à de mulheres e homens negros. Essa realidade motiva algumas medidas, ainda incipientes, de cotas e outras ações afirmativas para que os partidos garantam maior proporcionalidade da população negra candidata. E, para além da diversidade dos próprios cargos eletivos, é fundamental que haja diversidade dentro das equipes dos gabinetes. Um homem negro heterossexual, por exemplo, pode aprender muito caso tenham pessoas em sua equipe mais sensíveis às causas das mulheres, das pautas indígenas, do movimento LGBTQIA+, etc. Ainda que seja importante ter em mente que há diferentes formas de representação – e fazer parte de um grupo minoritário não necessariamente indica que a pessoa deva ou queira trabalhar com pautas identitárias de determinado grupo – uma composição diversa só tem a acrescentar para o gabinete e para o mandato, devendo, por isso, ser priorizada. Importante: quando falamos de diversidade, há diversas formas a serem consideradas, em aspectos como: raça, gênero, orientação sexual, faixa etária, condição socioeconômica, pessoas com deficiência, etc. Como tornar o seu gabinete mais diverso e inclusivo? 1) DiagnósticoSe você já tem alguns membros na sua equipe, pare para analisar se a composição está inclusiva, diversa e se aproxima-se tanto dos aspectos de diversidade da população, como dos temas que o gabinete considera prioritários. 2) ContrataçãoPriorize candidaturas de pessoas que agreguem em quesito de diversidade ao gabinete. Sabemos que há inúmeras barreiras e fatores estruturais que implicam as desigualdades no mercado de trabalho. Uma medida para combater esse cenário é prestar mais atenção nos processos seletivos, fazendo-os com intenção. 3) Gestão de pessoasNão basta trazer pessoas novas se não há cuidado e estrutura para mantê-las. Por exemplo: não há como contratar uma pessoa cega sem dispor de recursos que a permita desempenhar suas atividades com autonomia. É igualmente necessário preparar seu time para recebê-la, garantindo, assim, que não seja excluída.
Planejando objetivos e metas em um gabinete parlamentar
Ter uma boa equipe contratada é meio caminho andado para um mandato de sucesso; porém, somado a isso, é importante desenhar um plano de ação factível e de curto prazo, para que os profissionais contratados consigam entregar um trabalho de qualidade e alinhado ao legado que o mandato quer deixar na política. O planejamento de um gabinete é o processo de estabelecer um conjunto coerente – mas também flexível – de metas e prioridades gerais que alimentam e acompanham o propósito do(a) parlamentar e da equipe. Dizemos que esse planejamento é flexível porque permite redirecionamentos, alterações de prioridades e mudanças nas estratégias adotadas, de acordo com as demandas que ocorrem por circunstâncias internas e externas. O planejamento estratégico também auxilia na tomada de decisão frente a situações inéditas, que forçam uma reação política. O plano envolve tanto aquilo que se espera realizar, como também o que se deve evitar. Para parlamentares de primeira viagem, os benefícios do planejamento estratégico são ainda mais evidentes, porque auxiliam a guiar o gabinete desde os primeiros meses em decisões importantes, tais como: quais comissões fazer parte, quais questões legislativas devem receber atenção prioritária, quanto tempo empenhar em cada frente do gabinete, como montar sua estrutura, etc. PASSO 1: Defina a missão do seu mandato Para isso, retome o que foi planejado durante o período de campanha e comunicado para os então eleitores. Também avalie se o que você quer entregar é de fato o que a população quer e precisa que seja entregue. Ter clareza sobre o legado que o mandato almeja deixar na política e qual papel que o(a) parlamentar deseja desempenhar no órgão legislativo contribui para fazer escolhas importantes de atuação para a equipe do gabinete. Pensar no que o seu mandato se propõe a fazer e a razão pela qual existe é o foco aqui. No fundo, estamos falando da missão do seu mandato. Saiba que deve promover ação e ser inspirador, pois, assim, contribuirá para que haja engajamento por parte de seus assessores e todos olharão para a mesma direção. #FicaaDica Aqui, é importante ter em mente que o planejamento eficiente parte do bom diagnóstico da situação e das formas de ação. Quais são, de fato, as necessidades territoriais? Qual a melhor forma para solucioná-la? O que está ao alcance do Poder Legislativo? O que está ao alcance deste gabinete, neste mandato? Como seu mandato será lembrado ao final dos próximos 4 anos? “Um mandato aberto e inspirador para o campo progressista brasileiro, que tornou o estado de Minas Gerais um modelo de inclusão social, justiça e cidadania” Exemplo: Um mandato aberto e inspirador para o campo progressista brasileiro, que tornou o estado de Minas Gerais um modelo de inclusão social, justiça e cidadania”. PASSO 2: Estabeleça um objetivo para cada ano do mandato Após desenhar a missão geral, o próximo passo é destrinchá-la em objetivos menores para cada ano do mandato. Depois, aloque atividades e prioridades para cada período. Você pode começar com uma divisão por ano, definindo aquilo que é mais importante para o primeiro ano do mandato e, na sequência, sucessivamente, para os próximos. Idealmente, construa a estratégia em colaboração com a sua equipe. Mais cérebros à disposição farão com que seu planejamento seja mais robusto. Trata-se de um bom momento para o alinhamento das expectativas do parlamentar com as da equipe e com os dos resultados do mandato em si. Além disso, quando o planejamento do mandato é construído conjuntamente, a equipe tem mais autonomia e proatividade para executá-lo. #FicaaDica Aqui vão mais algumas dicas para fazer um encontro participativo de maneira eficiente: O/a parlamentar não deve dominar o tempo de fala. É importante que a chefia de gabinete ajude a orientar o processo para que todos se sintam confortáveis em contribuir. Dê um tempo para cada membro se preparar. É importante que todos os envolvidos saibam qual a metodologia será utilizada para a construção do planejamento estratégico e disponham de tempo para pensar em atividades e debatê-las com o restante da equipe. Fazer a sessão o mais participativa possível. E, além da equipe, que tal envolver a população no planejamento estratégico do gabinete? Os cidadãos podem entrar tanto como atores consultados no momento do diagnóstico, como atores que irão definir quais as prioridades dentre as atividades do gabinete. Questionários, encontros participativos, votações em redes sociais – há diversas formas de pensar a participação da população no planejamento estratégico e em outras atividades do gabinete. PASSO 3: Desenhe metas trimestraisAgora, com o objetivo do ano em mãos, crie metas trimestrais para que esse objetivo seja alcançado, gradativamente, ao longo do ano. Viu como é possível ter um plano de ação estratégico mesmo em um ambiente dinâmico como o legislativo? Baixe aqui um modelo com os passos que vimos para implementar planejamento estratégico no seu mandato!